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Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 4

4 | UMA FILHA, NÃO UM FILHO


Para entendermos o significado de feminilidade, temos de começar por Deus. Se, de fato, ele é “o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, certamente está no comando de todas as coisas, visíveis e invisíveis, estupendas e minúsculas, magníficas e triviais. Deus tem de estar no comando dos detalhes se realmente está no comando do projeto como um todo. Algumas vezes, ouvimos a expressão “o acidente do sexo”, como se o fato de alguém ser homem ou mulher fosse uma trivialidade. Isso está muito longe de ser uma trivialidade. É a nossa natureza. É a modalidade sob a qual vivemos toda a nossa vida; é o que você e eu somos chamadas a ser — chamadas por Deus, esse Deus que está no comando. É o nosso destino — planejado, ordenado e levado a cabo por um Senhor que é infinito em sua sabedoria, poder e amor. Eu desejei ter um filho homem. Eu tinha muita certeza de que todo homem quer um filho primeiro, e me parecia lógico querer que o mais velho fosse um menino, um irmão mais velho, o primogênito, o herdeiro. Então, oramos por um filho, e seu pai tinha muita certeza de que Deus nos daria um. Seu pai estava comigo quando você nasceu. Pude ver seu rosto quando o médico disse: “É uma menina”. Ele sorriu para mim e, imediatamente, disse: “O nome dela é Valerie”. A enfermeira envolveu você em um pequeno cobertor e, em seguida, colocou-a num local onde eu pudesse ver seu rosto, e seus olhos — na época, de um azul mais escuro — estavam bem abertos, olhando nos meus. (Como um bebê sabe olhar nos olhos de outra pessoa?) Uma pessoa. Agora separada e independente de mim. Minha filha. Mais tarde, eles trouxeram você para mim e eu a segurei, e então seu pai a tirou de meus braços, abraçou-a e disse: “Bonequinha!”. Ele não era dado a sentimentalismos ou a fazer voz de bebê, mas não havia outra maneira de descrever sua aparência — bochechas e lábios rosados, olhos azuis, uma franja sedosa de cabelos claros. Até o médico e a enfermeira — um casal com sete filhos — disseram que você era linda. Ele estava perfeitamente feliz, eu podia ver, em ser pai de uma filha, e não de um filho. Eu também estava feliz. Foi Deus quem nos deu você, o Deus a quem havíamos dirigido nossas orações por um filho, e o Deus que conhecia as razões que, na ocasião, nós desconhecíamos; foi ele quem fez a sua escolha infinitamente melhor. Se você crê em um Deus que controla as coisas grandes, tem de crer em um Deus que controla as coisas pequenas. É para nós, claro, que as coisas parecem “pequenas” ou “grandes”. Amy Carmichael escreveu: Diante de ti, não há grandeza nem pequenez, pois em ti tudo subsiste, tudo em todos és

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