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Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 38

38 | AUTORIDADE


Há nas entranhas de cada um de nós uma forte resistência, que, em última instância, equivale a ódio pela autoridade. Nós nos contorcemos sob ela. “Ninguém vai me dizer o que fazer. Farei o que eu quiser.” “Quem ele pensa que é?” Mas o mundo não funciona sem autoridade. Alguém tem de nos dizer o que fazer. A questão não é quem esse alguém pensa que é, mas quem ele representa. Um soldado presta continência ao uniforme, não ao homem — pois, seja tal homem superior a ele em outros aspectos ou não, no exército ele representa certo nível de autoridade. Foi-lhe dada a patente. Sua patente não prova que ele é mais alto, mais legal, mais forte, ou mais inteligente do que o homem que lhe presta continência. De alguma forma, entretanto, ele conquistou a sua patente. Aqueles que se chamam cristãos são um povo que aceitou a autoridade. Eles creram na avaliação que Deus tem a seu respeito e receberam o remédio divino com base na autoridade da Bíblia. Jesus disse: “Toda autoridade me foi dada”; e, ao chamar discípulos, ele os chamou a fazer três coisas: negar a si mesmos, tomar a sua cruz e segui-lo. É impossível fazer essas coisas sem reconhecer a autoridade. No Evangelho de Mateus, há uma história sobre um centurião cujo servo estava paralisado em casa, em terrível sofrimento. Jesus se ofereceu para ir e curá-lo, mas o centurião lhe pediu apenas para dizer uma palavra e ele tinha certeza de que seu servo seria curado. “Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.” Foi sua própria experiência de autoridade que o capacitou a entender a autoridade — ou seja, o poder — da palavra falada por Jesus, e o Senhor disse que nem mesmo em Israel encontrara tamanha fé. Em resposta à fé do homem, Jesus falou a palavra e o servo foi curado. Para exercer autoridade, é necessário obedecer à autoridade. O centurião declarou que era um homem “sujeito à autoridade”, com soldados sob ele. Ele respeitou a autoridade de Jesus e se submeteu a ela em fé. A fim de sermos discípulos, devemos negar a nós mesmos — o que significa exercer autoridade sobre nosso próprio espírito. Devemos tomar a cruz — o que significa submeter-nos à autoridade de Cristo. E devemos seguir — o que significa prestar obediência contínua. Esse é o caminho não para o confinamento, para a escravidão, para um desenvolvimento atrofiado ou interrompido, mas para a plena liberdade pessoal. Não significa morte, mas vida; não uma vida escrupulosamente restrita, mas vida “abundante”. O portão é estreito, mas não a vida. O portão se abre para uma imensidão de vida. Sabemos que há também um caminho amplo. E sabemos para onde ele conduz — à destruição. Aceitar a hierarquia divinamente ordenada significa aceitar a autoridade — antes de tudo, a autoridade de Deus, depois as autoridades inferiores que ele ordenou. O marido e a esposa estão ambos sob a autoridade de Deus, mas a posição de cada um não é a mesma. A esposa deve submeter-se ao marido. A “patente” do marido lhe é dada por Deus, assim como as posições dos anjos e dos animais são atribuídas, e não escolhidas nem conquistadas. O homem maduro reconhece que não conquistou nem mereceu seu lugar por inteligência, virtude, força ou amabilidade. A mulher madura reconhece que a submissão é a vontade de Deus para ela e que obedecer a essa vontade não é, para ela, um sinal de fraqueza, assim como não o foi para o Filho do Homem quando disse: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade”.

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