Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 29
- Emperolar

- 22 de set. de 2022
- 2 min de leitura
29 | UMA UNIÃO
Casamento é uma união. São necessários dois para formar uma união. Um apenas não é suficiente. Quando Deus criou o homem, viu que não lhe era bom estar só e criou uma mulher, dele e para ele, especificamente designada para auxiliá-lo, para lhe ser idônea, para ser sua companheira. A mulher é totalmente outra, um ser totalmente diferente, uma dádiva plena de Deus para o homem; e cada um deles está ligado ao outro, responsável perante o outro em obediência ao mandamento de Deus, responsável por ser homem ou mulher e, no casamento, por se unir ao outro como uma só carne. É por essa razão que o homem deixa seus pais. Ele renuncia a todos os outros laços na carne para estabelecer o mais íntimo de todos, o único que constitui a união perfeita de uma só carne. Não há competição em uma união. Não há jogos eliminatórios, não há disputa por pontos, não se fazem comparações nem se insiste em dividir meio a meio o que quer que seja. Cada um é pelo outro, jogando a favor, e não contra. Mas nós somos humanos. Na condição de minha filha, você sabe muito bem que eu sou humana, cheia de defeitos, sem nenhuma pretensão de dizer que tudo sempre funciona perfeitamente. Certa vez, antes de seu pai e eu nos casarmos, descobri que ele sentia que estávamos competindo e que isso o incomodava. Ambos estudávamos espanhol com uma senhora equatoriana e ela precisava corrigir a pronúncia dele com mais frequência do que a minha. Ele não ficou chateado por achar que ela estava sendo injusta. Ele ficou chateado por achar que ela estava certa. Eu não fazia ideia disso até o dia em que ele me falou a respeito, enquanto passeávamos. Não que ele estivesse me pedindo para ir mais devagar, para “pegar leve” com ele, para ser uma aluna inferior. Nada estava mais longe de sua mente. Ele só queria confessar sua dificuldade naquela competição. Eu reconheci que estava me divertindo com aquilo e que provavelmente estava estudando mais do que estudaria se não houvesse competição. Ele reconheceu que a diferença de dons é um fato da vida e acabou por aceitá-la. Era uma questão de sentimento, não de razão, e ele foi capaz de enxergar isso. Ambos começamos a aprender — e essa é uma lição que nunca terminamos de aprender — que quaisquer dons que tivéssemos não eram para nossa ostentação, mas para usarmos em favor de outras pessoas. Depois de nos casarmos, descobrimos como nossos vários dons se encaixavam surpreendentemente bem e, assim, começamos a aprender a lição de 1 Coríntios 12.17-18: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve”. Há união no corpo físico — todos os membros ligados em harmonia e para o bem do todo, todos sujeitos à cabeça. Assim, há também união no casamento, duas pessoas distintas que se tornam uma só carne e, se forem cristãs, uma em Cristo, em sujeição à sua liderança. Se as duas são uma em Cristo, não há apenas união, mas comunhão, e isso é algo impagável.





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