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Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 27

27 | RENUNCIANDO A TODOS OS DEMAIS


Por fim, você se casa com esse pecador, esse homem, esse marido e essa pessoa. O casamento é a escolha de um acima de todos os outros. Cada parceiro promete renunciar a todos os demais, e a Bíblia diz que o homem deixa seu pai e sua mãe, e “se une” à sua esposa. Qualquer escolha que fazemos na vida instantaneamente nos limita. Escolher tomar esse homem como seu marido é escolher não tomar todos os outros homens na face da terra. Quando você decide casar com esse pecador em particular, compromete-se a suportar seus pecados particulares, embora não tenha uma ideia clara do que serão. Rapidamente, você começará a descobri-los e, ao fazê-lo, lembre-se de que você casou com esse pecador. Você sempre pode olhar para outros pecadores e agradecer a Deus por não ter de conviver com as variadas falhas deles; porém, que tipo de pecados você escolheria se pudesse escolher com quais conviver? É uma coisa boa você não ter de responder a essa pergunta. Você ama esse homem, que, por sinal, é esse tipo de pecador; e você faz seu melhor para aceitar, perdoar, ignorar, suportar e talvez, na misericórdia de Deus, ajudá-lo a superar. Quando você decide casar com esse homem em particular, decidiu não casar com qualquer outro homem; e esse homem em particular apresenta limitações. Você não começa logo por suas limitações, como a dama em My Fair Lady, que vai... a decoração refazer do telhado até o chão e depois a maior diversão: vou reformar você! Você não se casa com ele com a ideia de reformá-lo por completo. Quando lhe pediram para dar um conselho a mulheres que estavam pensando em casar, a Sra. Billy Graham disse: “Case-se com alguém a quem você esteja disposta a se ajustar”. Se você for uma esposa muito generosa, talvez permita que seu marido corresponda a oitenta por cento de suas expectativas. Os outros vinte por cento, você pode querer mudar. Você pode, se assim quiser, passar o resto da vida podando esses vinte por cento e, provavelmente, não os reduzirá muito. Ou pode decidir pular essa parte e simplesmente desfrutar os oitenta por cento que correspondem ao que você esperava. Você se casa com essa pessoa. Talvez ele tenha sido, há dez anos, o rapaz mais popular na faculdade. Você se sentiu atraída pelo fato de ele ser o astro do futebol, o presidente do grêmio estudantil ou o líder mais articulado dos protestos no campus. Mas a vida cai na rotina. Casamento não é uma farra; não é um campus universitário, uma disputa política estimulante ou uma competição atlética; e o fato de o homem ter sido um orador fascinante ou um grande zagueiro não parece mais algo terrivelmente importante. Mas, de vez em quando, você deve se lembrar do que ele era, perguntar-se o que realmente chamou sua atenção. Ora, você dirá a si mesma, você não se casou com ele pelo fato de ser um grande zagueiro, não é? Não, você se casou com essa pessoa. Quaisquer que fossem as qualidades interiores que o capacitaram a fazer as coisas que ele fazia naquela época, ainda fazem parte dessa pessoa com quem você vai para a cama, com quem toma o café da manhã e com quem discute sobre o orçamento do mês. Trata-se de alguém com os mesmos potenciais que tinha quando você se casou com ele. Sua responsabilidade agora não é apenas piscar os olhos e dizer-lhe quão maravilhoso ele é (mas acaso existe algum homem que não se alegraria com um pouco disso?), mas apreciar, de modo genuíno e profundo, quem ele é, apoiá-lo, encorajá-lo e extrair dele aquelas qualidades que você originalmente viu e admirou. Eu era viúva havia treze anos quando o homem que se tornaria seu padrasto me pediu em casamento. Parecia-me um milagre impossível de acontecer. Já era surpreendente que algum homem me quisesse a primeira vez. Eu havia passado pelo ensino médio e pela faculdade com pouquíssimos encontros. Mas ser desejada outra vez era algo quase além da imaginação. Eu disse àquele homem que sabia que havia mulheres esperando por ele, mulheres que poderiam oferecer-lhe muitas coisas que eu não podia — como, por exemplo, beleza e dinheiro. Mas eu disse: “Há algo que posso lhe dar em que nenhuma mulher neste mundo pode me superar: reconhecimento”. A perspectiva da viuvez me ensinara isso. Alguns anos atrás, houve uma série de cartas à colunista Ann Landers falando sobre homens que roncam. Esposas escreveram reclamando das incontáveis horas de sono perdidas e da irritação daquele barulho horrível na cama, ao lado delas. Outras escreveram oferecendo soluções, mas a discussão se encerrou com uma carta que dizia: “O ronco é a mais doce melodia deste mundo. Pergunte a qualquer viúva”. Quantas vezes já me sentei em uma sala cheia de pessoas e ouvi uma esposa contestar, criticar, menosprezar ou zombar de seu marido na frente de todos e foi difícil me conter para não pular da cadeira, ir até ela e sacudi-la pelos ombros, dizendo: “Você consegue perceber o que tem?”. Não, ela não consegue. Ela não tem a mesma perspectiva que eu, claro. Se ao menos houvesse uma maneira de toda esposa ter a experiência de perder seu marido por pouco tempo — até mesmo de pensar que ele esteja morto — para recuperar a perspectiva necessária para um reconhecimento genuíno... Seu crescimento em direção à maturidade trará a você uma perspectiva mais ampla. O apóstolo Paulo, sempre desejoso de que seus convertidos avançassem para a maturidade espiritual, orou pelos cristãos colossenses para que eles pudessem ver as coisas do ponto de vista de Deus, recebendo sabedoria e entendimento espiritual. O que poderia ser de maior ajuda para uma esposa do que ver seu marido como Deus o vê? Deus o criou, formou-o, redimiu-o, ele lhe pertence. Deus o está conduzindo à perfeição e ainda não terminou de trabalhar nele. Estamos todos inacabados, muito distantes do que devemos ser; mas, se pudermos enxergar a nós mesmas e uns aos outros do ponto de vista de Deus, saberemos para onde devemos ir e em que direção nosso relacionamento deve mover-se. Pouco depois do meu segundo casamento, fomos convidados para falar juntos em uma igreja cujo pastor, havia pouco tempo, também se casara pela segunda vez. Ele e sua primeira esposa, que morrera de câncer, haviam cursado a faculdade comigo. Eu queria saber o que ele havia aprendido em um ano de segundo casamento. Sem hesitação, ele me respondeu: “Aprendi que Marcie pode me dar coisas que Sue nunca poderia ter dado. Sue me deu coisas que Marcie não pode me dar. Então, aprendi a ser reconhecido — em relação a ambas. Aprecio Marcie exatamente pelo que ela é, de uma forma que eu não tive a capacidade de apreciar Sue.” Sei que você não ficará surpresa com minha pergunta nem com o fato de o homem fazer comparações entre a Esposa I e a Esposa II. Por que ele não deveria fazê-lo? É algo natural, e a comparação entre Marcie e Sue não teve o objetivo de denegrir nenhuma das duas, mas, sim, de apreciar plenamente cada uma pelo que era. Para o cristão que orou por anos a fio para ser conduzido ao parceiro certo e que acredita que aquele com quem se casa é realmente a escolha de Deus para ele, é razoável concluir que a personalidade dada é aquela que melhor complementa a sua própria, aquela que atende às suas necessidades de uma forma que ele mesmo não poderia ter previsto ou escolhido. São as próprias diferenças que abrem nossos olhos para o que somos e, se orarmos por sabedoria e entendimento espiritual, como Paulo orou, nós veremos essas diferenças da forma como Deus as vê e apreciaremos a gloriosa imaginação do Criador que as fez.

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