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Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 24

24 | VOCÊ SE CASA COM UM HOMEM


Você se casa não apenas com um pecador, mas também com um homem. Você se casa com um homem, não com uma mulher. É estranho como algumas mulheres esperam que seus maridos sejam mulheres, ajam como mulheres e façam o que se espera das mulheres. Mas eles são homens, agem como homens, fazem o que se espera dos homens e, portanto, fazem o inesperado. Eles surpreendem suas esposas por serem homens, e algumas esposas descobrem a terrível verdade de que, afinal, não era realmente um homem que elas queriam. Era o casamento, ou alguma ideia vaga de casamento, que proporcionava os benefícios secundários que elas estavam procurando — um lar, filhos, segurança, status social. De algum modo, porém, o casamento também introduziu em suas vidas confortáveis essa criatura imprevisível, incontrolável e indisciplinada chamada homem. É provável que ele seja maior, mais barulhento, mais difícil, mais faminto e mais sujo do que uma mulher espera, e ela descobre que pés maiores deixam pegadas maiores no chão recém-lavado da cozinha e fazem um barulho maior nas escadas. Ela descobre que o que a faz chorar pode fazê-lo rir. Ele come muito mais do que parece necessário ou mesmo razoável para uma mulher, que nunca deixa de se preocupar com o excesso de peso. Quando ele toma banho, seu tamanho avantajado significa mais uso de água e uma superfície maior para a água se agarrar; portanto, ela descobre que as toalhas ficam muito mais úmidas, além de ele provavelmente não pendurá-las dobradas em três — como ela quer que ele faça, para deixar o monograma à mostra. Pode ser que ele nem mesmo as pendure. Ele não usa esponja, então consome três vezes mais sabonete do que ela. Quando ela limpa o banheiro, descobre que tem de limpar lugares que nunca teve de limpar antes. Ele aperta o tubo de pasta de dente bem no meio, em vez de enrolar a ponta. Sempre que ele faz algo que ela considera inexplicável ou indefensável, ela resmunga: “Só podia ser homem!” — como se isso fosse uma condenação ou, na melhor das hipóteses, uma desculpa, e não um bom motivo para agradecer a Deus. Afinal, foi com um homem que ela se casou, e ela tem sorte por ele agir como um homem. “Homens são homens”, diz Gertrude Behanna; “eles não são mulheres. Mulheres são mulheres. Elas não são homens”. É mais um daqueles fatos óbvios que nem sempre lembramos com tanta facilidade. Eu sei que é difícil para você imaginar isso no início do jogo, mas, algum dia, você pode pensar (talvez até mesmo diga em voz alta): “Não tenho certeza se meu marido me entende”. Provavelmente, você está certa. Ele não entende. Ele é homem. Você é mulher. Existem algumas áreas em que os dois nunca se conciliarão, e nós devemos ficar contentes com isso. Embora, algumas vezes, fiquemos frustradas e enfurecidas com a incapacidade de sondar as profundezas da personalidade do outro, quem é capaz de negar o fascínio do mistério, de saber que há profundezas que jamais exploramos? Na Bíblia, encontramos a história de um homem que foi capaz de responder a todas as perguntas de uma mulher. A rainha de Sabá foi a Jerusalém para testar Salomão, o rei famoso, com perguntas difíceis. Ela foi com a pompa e o esplendor apropriados a um encontro tão importante. Já tínhamos ouvido acerca da sabedoria e da justiça de Salomão, mas, até então, nenhuma menção fora feita à sua longanimidade. Essa história a revela, pois é dito que a rainha “lhe expôs tudo quanto trazia em sua mente”. Aquilo deve ter demorado muito. Poucos homens gostariam de ouvir tudo que se passa na mente de uma mulher, mas, aparentemente, o rei a ouviu, pois “Salomão lhe deu resposta a todas as perguntas, e nada lhe houve profundo demais que não pudesse explicar”. Que homem ele deve ter sido, a ponto de ter o domínio de todas as respostas e a paciência para dar todas as explicações necessárias para satisfazer uma poderosa soberana, alguém que, sem dúvida, chegara com ceticismo, talvez até mesmo com inveja e desprezo. Mas ela ficou completamente convencida. Ele foi vitorioso e ela viu a sabedoria dele. Ela também inspecionou a casa que ele construíra, a comida de sua mesa, o assento de seus oficiais, o serviço e as roupas de seus servos e as ofertas queimadas que ele oferecia na casa do Senhor. Após ter visto tudo isso, “não houve mais espírito nela”. A exibição tirou o fôlego da rainha. Ela conseguiu se recompor o suficiente para elogiá-lo e lembrá-lo da bênção de Deus sobre ele. Após presenteá-lo com as dádivas que trouxera e receber presentes dele, não havia mais nada a fazer senão ir embora para casa. Poucos homens podem fazer o que Salomão fez. Poucos deveriam tentar. E deve-se alertar a mulher que se propõe a testar um homem com perguntas difíceis para o fato de que ela pode acabar sem espírito e sem nada a fazer exceto dar meia-volta e retornar ao lugar de onde veio. Provavelmente, é um caminho mais seguro e muito mais sábio não contar a um homem tudo que está em sua mente, não pressioná-lo com perguntas difíceis. Deixe espaço para o mistério. Quando estávamos nos preparando para um painel de discussão sobre casamento para estudantes universitárias, cinco palestrantes se reuniram em nossa casa para discutir qual tema cada uma deveria cobrir. No decorrer do que se tornou uma conversa muito animada, sugeri que alguém deveria falar sobre choro. Algumas ficaram surpresas. O que, afinal de contas, eu queria dizer com isso? Bem, as mulheres choram. Muitas não fazem isso com frequência, claro, mas é uma possibilidade para a qual um homem deveria estar preparado. Nada desconcerta mais um jovem marido do que as lágrimas de sua esposa — geralmente nos momentos mais inesperados e por razões que parecem de todo inexplicáveis. As perguntas ansiosas dele não levam a lugar algum e as tentativas dela de explicar apenas aumentam sua ansiedade. Os homens devem ser avisados de que não adianta tentar explicar. É apenas uma das coisas que provam que homens são homens e mulheres são mulheres. Esse raciocínio foi recebido sob altos protestos. “Ora, eu tenho certeza de que não choro mais do que uma vez por semana!”, insistiu uma delas. Àquela altura, seu padrasto passou pela sala. Ele já estava perplexo com o simples fato de termos um painel. O que havia a ser falado? Um painel sobre casamento? Com cinco palestrantes? Por uma hora? O que diríamos? Ao ouvir essa pequena amostra, ele saiu rapidamente. Algum tempo depois, ele e eu visitamos um casal extremamente atraente na casa dos trinta anos. Ele era atleta; ela havia sido modelo e vencedora de concursos de beleza. “Fale do seu painel sobre casamento”, disse-me Add. “Painel sobre casamento?”, indagou o marido, de forma inexpressiva. Eu lhe disse o que era e onde ocorrera. “Mas o que há para ser dito?”, perguntou. Sua esposa e eu nos entreolhamos. Por algum motivo, as mulheres não têm qualquer dificuldade em imaginar uma discussão sobre casamento. Os homens consideram isso inimaginável. Porém, quando eu lhes contei da discussão preliminar sobre o choro, foi o marido quem rapidamente entendeu. “Sei exatamente o que você quer dizer!”, disse. “Às vezes, chego em casa do escritório me sentindo ótimo. À noite, vou para a cama orgulhoso de mim mesmo e me deito com as mãos por trás da cabeça, no travesseiro, pensando naquela brilhante decisão que tomei no trabalho e naquele belo golpe que apliquei na academia. Então, de repente, ouço um suspiro. ‘Você está chorando?’, pergunto. ‘Não’ (snif). ‘Como assim? Você está chorando, sim!’ ‘Não, não estou!’ (snif, snif) ‘O que há de errado?’, pergunto. ‘Nada!’, responde ela, e ainda está suspirando. Bem, estou casado há tempo suficiente para saber que isso vai durar três horas e vai envolver muita discussão!” Durante todo o tempo em que ele contava isso, sua esposa estava sentada na ponta da cadeira, sorrindo de orelha a orelha. Ambos sabiam exatamente do que eu estava falando e concordaram que merecia alguma menção no painel. Mas eu não posso encerrar esta parte da discussão sem acrescentar que os homens também choram. Não estou traçando dicotomias simplistas aqui, como se todas as mulheres chorassem, mas nenhum homem fizesse isso. Conheço homens que choram muito mais prontamente do que eu. Conheça o seu homem. Saiba que há coisas que o tornam diferente de você. A masculinidade dele ajudará a explicar uma parte delas

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