Deixe-me ser mulher: Lições à minha filha sobre o significado de feminilidade 19
- Emperolar

- 22 de set. de 2022
- 3 min de leitura
19 | A SUBMISSÃO É SUFOCANTE?
Será que uma mulher submissa não faz nada além de se submeter? É uma pena que as questões levantadas pelo movimento de liberação tenham conduzido à fabricação de falsas antíteses. É uma velha tática política que, a princípio, parece fortalecer a defesa de um lado contra o outro, mas, em última análise, é autodestrutiva. O correio acaba de chegar, trazendo uma carta que ilustra essa confusão. Você estava presente quando, há pouco tempo, falei à sociedade honorífica de sua faculdade sobre “Uma visão cristã da liberação”. A faculdade me encaminhou o protesto de uma ex-aluna: É inacreditável que uma palestrante tenha sido convidada, na época em que vivemos, para dizer a mulheres que acabaram de ser escolhidas como as mais academicamente dotadas em toda a classe de formandos que a maior realização delas está em se sujeitar a um homem no casamento. Teria sido impensável mesmo um século atrás! Por que essa faculdade educa mulheres, se o principal chamado delas é a maternidade? Como se as mulheres intelectuais já não enfrentassem dificuldades o bastante no mundo cristão! Elas precisam ser incentivadas, e não sufocadas. Pessoalmente, sempre considerei inspiradoras as efetivas realizações (da palestrante). Porém, quando a retórica dela contradiz tudo isso, ela se torna, na melhor das hipóteses, um modelo ambíguo para aquelas de nós que já percorremos boa parte do caminho. Para formandas que estão apenas começando nessa estrada, ela pode ser seriamente perturbadora. Em protesto, a autora dessa carta reteve sua costumeira contribuição anual e acrescentou que considerava “particularmente inapropriada” a escolha de tal oradora. Nunca havia pensado em mim mesma como “um modelo ambíguo”. Acho que nunca havia pensado em mim mesma como qualquer tipo de modelo. Será que minha retórica contradiz minhas realizações? Será que algo no que eu digo sufoca “as mulheres intelectuais no mundo cristão”? Esforcei-me para refletir sobre tais acusações. Suponho que eu seria um “modelo ambíguo” se uma mãe não devesse escrever livros, se uma esposa submissa nunca pudesse ser convidada a falar em uma tribuna de faculdade ou se nenhuma formanda de universidade devesse amar o trabalho doméstico. Acaso é minha retórica ou a retórica dessa senhora (que tem escrito e falado sobre a igualdade dos sexos) que contradiz minhas “realizações”? Se eu disse que a maior realização de uma mulher se encontra em se sujeitar a um homem no casamento, estava me referindo, é claro, à mulher a quem Deus concedeu a dádiva do casamento. Sua maior realização será encontrada na obediência a esse chamado. Eu, que tive esse dom, assim como o dom de ser sua mãe, não encontro dificuldade alguma em dizer que meu mais profundo senso de “realização”, minhas maiores alegrias humanas, estão em ser esposa e mãe. Isso não é negar ou menosprezar os outros dons que Deus concedeu. Fui chamada a ser missionária e a escrever, mas certamente nada há de incompatível entre tais tarefas e o reconhecimento do fato fundamental de que a mulher foi feita para o homem. A ideia não foi minha, afinal — tirei tudo do Livro! As mulheres “intelectuais” que se sentem sufocadas pelo que eu digo ainda não compreenderam o sentido bíblico da liberdade. O serviço a Deus é, como diz nosso Livro de Oração, “perfeita liberdade”. A ideia daquela senhora, de que as mães não precisam de uma educação universitária, me desanima. De que adianta, pergunta ela, essa faculdade educar mulheres? Certamente é para extrair (a raiz do significado da palavra educar) os dons que Deus concedeu, quaisquer que sejam. Eu certamente não a mandei para a faculdade achando que você não se casaria. Estou convencida de que uma educação liberal cristã a tornará uma esposa e mãe melhor, se essa for a vontade de Deus para você. Se você fosse chamada para ser uma auditora fiscal ou uma filósofa, eu também gostaria que você tivesse o mesmo tipo de educação.





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